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Título: A conexão entre a ansiedade-estado e a ansiedade-traço manifesta em adolescentes brasileiros do Ensino Médio Integrado ao Técnico
Autor(es): Neide de Brito Cunha
Data de Publicação: 30/12/2023
PROGRAMA
Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional
LINHA DE PESQUISA
Formação do Formador
PROJETO DE PESQUISA
Ensino e Aprendizagem
PROJETO DE PESQUISA
Ensino e Aprendizagem
RESUMO
A ansiedade-estado é transitória e momentânea, uma vez que ocorre em episódio esporádicos, sendo caracterizada pela sensação de aumento da atividade do sistema nervoso autônomo simpático, preocupação, tensão, apreensão e nervosismo. Em contrapartida, a ansiedade-traço apresenta sensações emocionais relativamente estáveis, expressas em situações consideradas ameaçadoras. Na fase da adolescência é recorrente a prevalência de sintomas de ansiedade, envolvendo sintomas de tensão, desconforto e medo. Isso posto, o objetivo desta pesquisa foi investigar as conexões entre a ansiedade-estado e ansiedade-traço em adolescentes brasileiros, bem como avaliar o possível efeito de interação desses sintomas quanto ao sexo, ano escolar e idade. A amostra contabilizou 352 estudantes do Ensino Médio Integrado ao Técnico (1º ao 3º ano) de duas instituições de ensino localizadas em Minas Gerais. As idades dos adolescentes variaram de 14 a 18 anos (M = 15,94 anos; DP = 0,98), sendo que 51,1% eram do sexo feminino (N = 180). Para a avaliação da ansiedade foram aplicadas presencialmente as versões em lápis e papel dos seguintes instrumentos de medida: Escala de Autoavaliação da Ansiedade de Zung e Escala de Ansiedade do Adolescente. O tratamento estatístico dos dados envolveu a utilização da análise de redes, comparação de grupos e análise de correlação. Os resultados indicaram que as conexões mais fortes da rede testada se centralizaram entre os próprios sintomas da ansiedade-estado e da ansiedade-traço. Contudo, identificaram-se conexões fracas em que se observou três caminhos de interligação dos sintomas dessas subdivisões da ansiedade, em que se destacou a associação da ansiedade estado, dimensão vegetativa (tontura), com os sintomas da ansiedade-traço na dimensão somática (tontura e dor no corpo ao aprender coisas novas), na dimensão cognitiva (sentir-se prestes a “explodir”), e novamente na dimensão somática (falta de ar diante de cobranças). O sintoma de maior importância identificado na rede foi da ansiedade-estado, dimensão cognitiva (nervosismo). Essa mesma dimensão da ansiedade-estado também foi a que mais afetou outros indicadores de ansiedade, expressa pelo medo sem motivo. Os sintomas que ocuparam o caminho mais curto entre outros sintomas da rede foram da ansiedade-estado, dimensão cognitiva (medo sem motivo) e dimensão motora (fraqueza e cansaço), e da ansiedade-traço, a dimensão somática (falta de ar diante de cobranças). Por conseguinte, verificou-se a interação entre a ansiedade-estado e ansiedade-traço para o sexo, em que a autopercepção dos sintomas se sobressaiu mais para as adolescentes mulheres do que para os homens. Na variável ano escolar houve apenas o efeito de interação do sintoma da ansiedade traço, preocupação em se tornar adulto, manifesta em maior intensidade pelos estudantes do 2º ano ao serem comparados com aqueles que estavam matriculados no 1º ano. Por último, averiguou-se somente a correlação entre a idade e o sintoma da ansiedade traço tensão por pensar no futuro. Esses resultados implicam na (re)formulação de programas de intervenção que visam compreender e amenizar os sintomas de ansiedade manifestos pelos adolescentes, com ênfase para o contexto educacional. São previstos estudos futuros com a intenção de ampliar a rede investigada, considerando a inserção da sintomatologia depressiva e do estresse.
Palavras-Chave
ensino médio integrado; educação profissional e tecnológica; ansiedade; saúde mental
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