RESUMO
O novo paradigma de globalização dos processos de ensino-aprendizagem determinou novos papéis e competências por parte dos professores. Esse enfoque baseado em
competências propõe que o perfil do docente deve contemplar três dimensões fundamentais: “saber”, que implica o conhecimento sobre teorias, conceitos e informações, o “saber fazer”, que inclui as habilidades que permitem aos professores desenvolver ações docentes competentes e o “saber ser/estar”, que são as atitudes, valores e normas inerentes ao
desempenho da profissão. Nesse sentido, esta pesquisa visou analisar as percepções dos professores sobre suas competências docentes e a opinião dos alunos sobre elas. Todos os
participantes estavam vinculados a uma instituição pública de Ensino Profissional Técnico do estado de São Paulo – Brasil, pertencentes aos cursos de Administração e Recursos
Humanos. Quanto aos professores, o total foi de 19 participantes com idades entre 26 e 66 anos (M = 46,63), com a maioria de mulheres (57,9%). Quanto aos alunos, o total foi de 37,
com idades entre 17 a 54 anos (M = 25,84), sendo a maioria também de mulheres (83,8%). Foram aplicados dois instrumentos, respectivamente aos docentes e discentes: Questionário de Percepção de Competências Docentes (QPCD) e o Questionário de Percepção de Competências Docentes pelos Alunos (QPCD-A – adaptado do QPCD), ambos compostos por 27 itens do tipo Likert com seis pontos que avaliam quatro dimensões dos professores: Saber fazer; Clima relacional; Autoeficácia; Tecnologias. Os resultados apontaram que, no geral, os alunos atribuíram pontuações mais altas para as competências de seus professores em todos os itens do questionário. Os docentes se perceberam mais competentes em questões das dimensões Saber fazer e Autoeficácia. Já os discentes pontuaram mais alto as dimensões Autoeficácia e Tecnologias. Quanto às pontuações mais baixas, elas foram atribuídas tanto pelos docentes como pelos discentes ao Clima relacional. Esses resultados poderão ajudar a ampliar o significado de tais diferenças considerando modelos de formação e contextos de prática profissional. Essa informação pode ajudar as instituições a definirem formas de intervenção que promovam programas de formação, tendo em vista a capacitação docente dos seus professores.