Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro - CEETEPS
Profa. Dra. Kelly Alonso Costa - UNIVERSIDADE
FEDERAL FLUMINENSE - UFF
Profa. Dra. Tereza Pérez Sosa - UNIVERSIDAD DE
MATANZAS - UMCC/CUBA
Profa. Dra. Eliane Antonio Simões - CEETEPS
EMOLO,
C. S. S. Análise das ilhas de calor urbanas
em São Paulo: desenvolvimento de um modelo estatístico para mitigação e
planejamento sustentável. 175 f. Dissertação (Mestrado Profissional
em Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos). Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2025.
Este estudo
teve como objetivo central desenvolver um modelo estatístico de regressão
linear múltipla (RLM) para analisar o fenômeno das Ilhas de Calor Urbanas (ICU)
na cidade de São Paulo – SP, Brasil, entre 2019 e 2023, por meio de uma
abordagem quali-quantitativa. O método utilizado foi o Design Science
Research (DSR), que orientou todas as etapas do estudo, desde a definição
da natureza de pesquisa até a construção do modelo. Além disso, tanto a
literatura nacional e internacional, como estudos de Málaga, Espanha e
Estocolmo, Suécia, fundamentaram o campo teórico desta dissertação. Foram
coletados dados meteorológicos, ambientais e de saúde, de órgãos como INMET,
IAG-USP, CETESB e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. A análise
considerou três áreas estratégicas (Área 1 – A1, Área 2 – A2 e Área 3 – A3),
avaliando variáveis como temperatura do ar, umidade relativa, precipitação,
velocidade dos ventos e emissão de poluentes. O estudo revelou que as regiões
mais urbanizadas (A1 e A2) apresentaram maior elevação térmica e impactos na
saúde, como o aumento de doenças respiratórias. Em janeiro de 2019, por
exemplo, A1 registrou a maior temperatura máxima média (32,41°C), enquanto A3
registrou a menor em junho de 2023 (15,16°C), evidenciando o papel da vegetação
na mitigação térmica. O uso de geoprocessamento com imagens de satélite
permitiu a criação de mapas comparativos, evidenciando o aumento da temperatura
do solo entre 2019 e 2023. Além disso, o modelo estatístico indicou que a
umidade relativa do ar, a emissão de poluentes e a precipitação foram os
fatores mais significativos na variação da temperatura. Esta pesquisa reforça a
necessidade de um planejamento urbano sustentável, com estratégias baseadas na
vegetação, sombreamento e ventilação natural para mitigar o efeito das ICU. Ademais,
o produto ou processo tecnológico gerado, isto é, o modelo estatístico, demonstrou
potencial de generalização para aplicação em outros contextos urbanos,
contribuindo para políticas públicas voltadas à resiliência climática.